Frente Revolucionária de Timor Leste Independente

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domingo, 28 de setembro de 2008

UMA BOA GOVERNAÇÃO É A CHAVE PARA O INVESTIMENTO INTERNACIONAL



Timor-Leste teve oportunidade de implementar a sua democracia após a restauração da independência em 2002 mas perdeu-a por ocasião de interesses políticos, optando por uma decisão política que poderá comprometer o futuro do país.
Digo isto porque simplesmente não concordo a forma como o governo liderado pelo Senhor Gusmão chegar ao puder, escolhendo o caminho anti-democracia para controlar o país não para governar.
Escolho este tema, porque julgo ser de extrema importância no contexto de desenvolvimento. A boa governação é o recurso estratégico que serve como o maior beneficio na perspectiva de um país como Timor-leste que procura desenvolvimento sob todos os aspectos. A boa governação deve ser vista e promovida como solução para intensificar a nossa democracia e reforçando a conjuntura sócio-económica do país.
Parece que uma boa governação está muito longe de ser implementada em Timor-leste, o país está a ser governada por um governo de Reality Show, há uma desgovernação total, a justiça tornou-se como um ministério do governo, o povo continua a viver na incerteza, a corrupção e o nepotismo invadem a estrutura política deste governo, quando é assim, é difícil atrair o investimento internacional.
Timor-leste é um país pequeno e frágil, o governo tem que ser capaz de produzir, administrar e capitalizar os recursos internos que apoiem o seu desempenho como motor do país. Neste aspecto, o papel do governo é fundamental, o governo deve governar bem em busca de um desenvolvimento sustentável e durável que favoreça o povo timorense.
É urgente consolidar a democracia no país, se quisermos construir um Timor-leste melhor. O governo deve cumprir as regras constitucionais, cooperar com os outros órgãos de soberania, reforçando e melhorando o sector de segurança, garantir a estabilidade política económica e boa gestão das finanças públicas.
Eu creio que o país tem todas as condições necessárias ao crescimento económico e ao desenvolvimento, agora resta-nos seguir o princípio da democracia. Se assim for, a boa governação é a chave para atrair o investimento internacional.

Por: António Guterres

terça-feira, 9 de setembro de 2008

A LÍNGUA PORTUGUESA E A TENDÊNCIA DE SER CADA VEZ MAIS ESQUECIDA

Os membros do FAFC voltaram a reunir-se no dia 30 de Agosto de 2008 para mais um debate desta vez intitulado “a língua portuguesa cada vez mais esquecida”. Nesta reunião os membros desafiados como estudantes académicos tentaram responder aos seus alcances dando soluções aos Sinais relacionados com o tema. A discussão foi dividida em três partes: a importância da língua portuguesa na sociedade timorense; o fracasso dos sinais; e as críticas e soluções propostas pelos membros.

1) A importância da Língua Portuguesa

A língua portuguesa deixou as suas marcas na cultura e na identidade timorenses há quase 500 anos atrás com a sua primeira implementação através do ensino muito limitado pelos missionários dominicanos. Esta tarefa foi paralisada pelas sucessivas invasões de outras forças estrangeiras bem como holandesas, japonesas, etc. Entretanto depois da II guerra mundial (1945) esta actividade foi retomada; e depois no período da ocupação indonésia era outra vez proibida quase em todas as escolas em solo timorense. Mas ela não deixou de ser a preferência do povo timorense, ou seja, a maior razão com que a língua portuguesa escolhida pelo parlamento nacional do primeiro governo constitucional, como uma das línguas oficiais de Timor-leste foi sem dúvida por razões históricas. Essa escolha baseia-se não só apenas em uma decisão politica vaga sem reflectir as realidades existentes na cultura e na identidade timorenses – em Tétum e outros dialectos. Ao contrário a essa escolha que parece uma coisa de improviso, entretanto tem uma determinada repercussão plausível sobre a forma como enriquecer a cultura e a identidade do povo timorense.

O facto de ainda não ter havido um movimento, ou uma manifestação de grande escala contra a decisão mostra que a esmagadora maioria timorense a aceita mesmo que o mesmo número não consiga expressar nessa mesma língua. Os mais velhos que, mesmo não saibam escrever nem ler, aceita esta decisão de forma exuberante e com os sorrisos nos lábios. Eles não se preocupam se sabem falar ou não. O que eles preocupam é que para que os seus filhos (as) e netos (as) não se impeçam de aprender melhor essa língua de grande importância. É importante porque com ela que os nossos antepassados utilizavam como termos eruditos nos seus Tétum e outros dialectos ainda bem vivos; que os guerrilheiros transmitiam as estratégias de guerrilha entre si contra o inimigo; que os cânticos da igreja foram e são compostas; que os timorenses diásporas e os povos irmãos dos CPLP fizeram negociações, transmitindo os nossos sofrimentos e a nossa dor ao mundo. Foi por isso que até os nossos Tétum e dialectos cheios de termos da língua de Camões. Isto não significa, portanto, só falarmos sobre a importância de uma língua com outra, mas estamos precisamente a falar sobre a cultura e a identidade timorenses através da influência fortemente linguística e não só dos laços históricos entre colonizado e colonizador. Foi assim também que aconteceu a muitos povos e nações no mundo – aos povos das línguas românicas e das germânicas colonizados pelos romanos e vikings por exemplo.

2) Os Sinais do Fracasso da Língua Portuguesa de Ser Esquecida

No segundo ponto identificar-se-ão os sinais que actualmente fazem enfraquecer o uso da língua portuguesa na sociedade. Neste ponto do debate os membros mostraram as suas preocupações através dos sinais do fracasso, achando que, se não tomarmos medidas adequadas, essa língua tornaria menos importante na sociedade timorense. Os sinais do fracasso identificados, entre outros, são: a não continuação, ou seja um número muito limitado do envio dos estudantes timorenses para Portugal e outros países dos CPLP; não há uma manobra de esforço para recrutar os estudantes licenciados em todas as áreas em Portugal; não há uma política clara entre o governo timorense e o governo português sobre a expansão da língua portuguesa principalmente no território timorense; o domínio da língua inglesa como uma língua dominadora que parece ganhar muito mais espaço.

3) Propostas, Críticas e Soluções

O que propomos é que o governo deve encontrar razões com que este considere importante e procurar meios para que a continuação da língua portuguesa seja estimulada e aprendida pelas todas camadas da sociedade timorense, principalmente as mais jovens. Porque isto trata-se de preparação sólida da futura geração com o conhecimento mais profundo da língua face à globalização. Se o governo não concorde com essa ideia deve encontrar razões claras para outras alternativas que o mesmo considere plausíveis e recebidas pelo povo timorense.

O que achamos incorrecto é que não podemos ficar tão dependentes como tão-somente do dinheiro do petróleo, e só esperar os outros a fazer por nós. Somos nós que temos que decidir o que é que é mais importante para o bem do povo e da nação, não por alheios; não se faça que as nossas gerações habituadas e dependentes àquilo que os outros façam e pensem por nós; não podemos ficar tão contente porque os outros vão construir por nós centros de línguas como fazem nas outras partes do mundo sem reflectir as razões culturais e históricas enraizadas em todos os aspectos na sociedade timorense. Mas não estamos contra a decisão de construir centros de outras línguas em Timor, porque, de facto, todos nós queremos que se criem condições para que as camadas mais jovens aprendam muitas línguas ao máximo possível. Isto, no entanto, não é o nosso debate. Estamos a discutir a escolha de uma ou mais línguas intimamente ligadas à cultura e à identidade próprias timorenses – Tétum e outros dialectos desde sempre cujos termos eruditos são da língua de Camões. Mas isto também não quer dizer que ignoremos as outras línguas internacionais bem como inglês, francês, alemão, chinês, etc. Porque se a geração futura conseguir dominar todas essas línguas, isto significa um recurso humano inigualável; porque realmente precisamos desses tipos de recursos e não só para fazer negociações com o resto do mundo; e porque a nossa sobrevivência depende da nossa capacidade de fazer negociações no mundo de globalização. O que está em causa, como já tem dito, é a nossa escolha, a nossa cultura e os nossos hábitos. Se já escolhemos português porquê é o governo não envia mais estudantes a Portugal, ao Brasil e aos PALOP que estão sempre as mãos abertas para nos ajudar? Ou porquê é que não contrata mais professores desses países para lá? E porquê é que não consegue criar condições adequadas que possam reforçar instituições escolares existentes e outras que contribuem para aprofundamento da língua às camadas mais jovens?

As verdadeiras soluções encontrar-se-ão nas respostas pelo governo às perguntas acima referidas que parecem tão simples, ou será que o governo não dê nenhuma importância a esta decisão tão importante da esmagadora maioria timorense? Todos nós como cidadão do estado de direito, temos direito de saber quais são as suas razões.


Coimbra, 30 de Agosto de 2008

Fórum Académico da Fretilin em Coimbra (FAFC)

domingo, 7 de setembro de 2008

Austrália praticou «extorsão» no Mar de Timor



As negociações e a partilha de recursos impostos pela Austrália a Timor-Leste foram equivalentes a extorsão e intimidação, acusa um autor australiano no seu último livro sobre as negociações do Tratado do Mar de Timor.Penso que houve muita intimidação» por parte da Austrália durante as negociações sobre a partilha de recursos do Mar de Timor, afirmou o autor Paul Cleary à rádio australiana ABC.Paul Cleary, um ex-jornalista do Sydney Morning Herald que viria a ser nomeado pelo Banco Mundial para conselheiro do primeiro-ministro timorense, lançou esta semana o livro «Shakedown», um termo de gíria para extorsão.Na entrevista à ABC, Cleary acusa o chefe da diplomacia australiano, Alexander Downer, de lançar à mesa de negociações que a Austrália «é um país rico e pode adiar esta questão por 30, 40 ou 50 anos.Downer, segundo Paul Cleary, chegou a ameaçar «cortar mesmo a Timor-Leste os recursos económicos vitais para interromper o desenvolvimento do Mar de Timor, a menos que Timor-Leste assinasse a partilha de 80 por cento dos seus direitos no maior campo petrolífero da área.Paul Cleary refere-se ao campo Greater Sunrise, o centro da maior discórdia entre Díli e Camberra, cujo acordo de partilha de receitas foi ratificado apenas este ano pelos parlamentos dos dois países.«Vocês entregam os direitos deste campo às 17:00 do dia 28 de Outubro e nós damo-vos três biliões de dólares e mais nada«, propôs a delegação australiano aos timorenses, recordou Paul Cleary na entrevista à ABC.«Entretanto, a Austrália já estava a explorar os recursos, o que é contra o direito internacional», declarou o autor australiano.«Penso que havia do lado timorense a vontade de adiar a decisão mas o país necessitava de começar a receber os recursos e por isso o Tratado do Mar de Timor começou a ser negociado em 2000 e foi assinado em 2002«, explicou o autor na entrevista.Paul Cleary lembra em »Shakedown« que o principal negociador de Camberra no Tratado do Mar de Timor, Doug Chester, »impôs basicamente um ultimato a Timor-Leste«, como acusou na altura o então chefe da diplomacia timorense, José Ramos-Horta.«O senhor Doug Chester disse-nos simplesmente: 'é pegar ou largar'», declarou na ronda negocial o actual Presidente da República timorense. «Claro que nós não podemos aceitar ultimatos, não podemos aceitar chantagem, somos pobres mas temos um sentido de honra e de dignidade dos nossos direitos».Para Paul Cleary, os 50 por cento das receitas do Greater Sunrise conseguidos por Timor-Leste «é provavelmente o mínimo aceitável para os timorenses e o máximo que a Austrália estava disposta a entregar».Sobre a crise em que o país mergulhou em 2006, Paul Cleary considerou na entrevista à ABC que «o problema é que os timorenses não fizeram um trabalho muito bom a gastar o dinheiro. E esta tem sido a verdadeira fraqueza no actual Governo».«A economia de Timor-Leste recuou de repente quatro anos em termos de rendimento per capita «, acrescentou o autor australiano.«Shakedown - Australia's Grab for Timor Oil» foi lançado pela Allen & Unwin. «Descrição: a história apaixonante de como a Austrália tentou conseguir à força que Timor-Leste abrisse mão dos seus direitos aos lucrativos recursos de petróleo e gás natural do Mar de Timor e das pessoas, tanto heróis como vilões, que disputaram o jogo pelo futuro de uma nação.

O Primeiro-Ministro Australiano, Kevin Rudd, rejeitou o pedido de Xanana Gusmão


O Primeiro-Ministro Australiano, Kevin Rudd, rejeitou o pedido de Xanana Gusmão Recentemente, o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, rejeitou a criação de um programa de trabalho temporário que havia sido solicitado pelo premiê timorense, Xanana Gusmão.O governo timorense esperava ter assinado um acordo com a Austrália durante a visita oficial de Xanana Gusmão ao país, na semana passada. O anúncio da recusa australiana foi feito por Kevin Rudd após o encontro com o premiê - decisão que Austin considera, “no mínimo, mal informada”.O programa-piloto, apresentado há três semanas ao governo australiano, pretendia responder a "uma escassez sem precedentes de mão-de-obra" no noroeste e norte da Austrália, em províncias com um crescimento económico acelerado, explicou Kevin Austin à Lusa. A ideia era suprir a falta de trabalhadores para atividades como horticultura, turismo, saúde, reflorestamento, aquicultura e infra-estrura.O programa-piloto, apresentado há três semanas ao governo australiano, pretendia responder a "uma escassez sem precedentes de mão-de-obra" no noroeste e norte da Austrália, em províncias com um crescimento económico acelerado, explicou Kevin Austin à Lusa. A ideia era suprir a falta de trabalhadores para atividades como horticultura, turismo, saúde, reflorestamento, aquicultura e infra-estrura.Do lado timorense, o projeto seria uma oportunidade de emprego e formação profissional, desenvolvimento de capacidade industrial e redução da pobreza."Além da diplomacia, sei que o primeiro-ministro Xanana Gusmão, os ministros, o presidente [timorense, José Ramos-Horta], os parceiros da Austrália Ocidental, do Território do Norte e do Estado de Victória, e os governos locais e comunidades de acolhimento estão chocados e desiludidos" com a recusa de Rudd, afirmou Kevin Austin em comunicado divulgado em Dili nesta quinta.Kevin Austin, que desde 1999 desempenhou várias funções no Timor Leste, representa atualmente a organização sem fins lucrativos Human Securities International (HSI).Segundo o assessor, no início de 2008, a HSI colaborou com o governo timorense na identificação de "soluções práticas" para garantir a melhoria da segurança e ajudar a desenvolver "um país frágil, com uma 'bolha' de juventude em crescimento, desempregada e pobre".Na última década, vários conflitos graves no Timor Leste foram provocados ou agravados pela existência dessa população "frustrada", "com uma paleta muito grande de inseguranças do ponto de vista humano que abrem a porta à manipulação por grupos políticos e criminosos", declarou Kevin Austin.