Mari Alkatiri é um nome que toda gente conhece tanto dentro do país como fora, o homem que esteve fora da sua terra natal durante a ocupação da Indonésia e só regressou uns dias depois de massacre ´99. Foi reeleito para Secretario Geral da FRETILIN e até a data ainda está lá a suportar todas as forças vindas tanto dos países vizinhos como das oposições que lhe chegam.
Mas quem ele é…..?
Quanto a timorenses, na maioria sem razão nenhuma odeia-o e julga FRETILIN pela atitude do Alkatiri, alguns eram da FRETILIN, fugiram, apenas, por palavras consideradas duras que lhes foi utilizado tanto no público como na comunicação social e pior ainda, os outros que eram considerados como heróis, com as suas capacidades de chorar e abraçar, convenciam as pessoas e, até eram para ser o segundo Nelson Mandela na Ásia, estes formaram um partido com mesmo nome de uma organização existente para enganar o povo e isso tudo só para vingar este homem pequeno, o Alkatiri.
Ainda outro, a organização bem mais sólida e influenciou-se bastante na historia da resistência de Timor, é a igreja. Na sua doutrina, quando um dos apóstolos perguntou se deviam pagar tributo a César ou não, o Messias (o Guru deles) ouviu e respondeu-lhe “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Esta frase, o Guru diz tudo sobre a posição da igreja na política, ou seja, dá ao governo o que lhe pertence e a Deus o que é D’ele. Devia esta frase ser realizada e aplicada pela igreja em Timor, mas pelo contrário, mal o Alkatiri tocou no assunto da educação religiosa no ensino superior, esta organização levou uma massa dos Timorenses equipada com as imagens sagradas até a Díli para fazer manifestação contra o Alkatiri.
Esta gente toda não gostou e continua a não gostar do Alkatiri. Um arrogante, um muçulmano, um marxista-leninista, um traidor e todas coisas más existentes em Timor e ainda mais alguma coisa, assim é esta gente toda trata por ele.
Um outro caso ainda, até, quem está no poder actual, invés de preocupar com a deslocação dos refugiados, os antigos combatentes ou as outras necessidades do seu povo, preocupa mais com o Alkatiri e a FRETILIN.
Quanto a situação interna do próprio partido, muitos querem o lugar do Alkatiri, mas não tem capacidade para lá estar, muitos querem liderar este partido histórico mas não têm projecto e enfim como já não tem competência para enfrentar o Alkatiri fogem e formam um partido dentro do próprio partido deixando uma ou duas frases como por exemplo FRETILIN de Maputo, vão pedindo a boleia aos outros partidos que estão no poder para ganharem “tacho” e pior ainda juntando com eles a querer destruir o Alkatiri e a FRETILIN esquerdista para formar uma outra fretilin da maneira deles.
Quanto aos jovens estudantes e cursados nas grandes universidades indonésias também muitos deles não simpatizam com o Alkatiri, só por lhes ter dito “mahasiswa super-mi”. Alguns deles eram de FRETILIN, deixaram de o ser e foram para outras organizações e com elas odeiam o Alkatiri e a FRETILIN.
Quanto a mim, sou jovem estudantes em Coimbra, como aqueles que estão na Indonésia ou noutros países quaisquer no mundo, também tenho receio que um dia o Alkatiri venha-me a dizer “estudantes de batatas de Europa”, contudo, é por esta razão que aqui estou eu na universidade. Na legalidade não sou de FRETLIN, pois não tenho um cartão que me identifica, mas na alma, eu sou. Mal conheço o Alkatiri. Só tive oportunidade de o ver e ouvir a falar em directo pela primeira vez na minha vida, foi no dia em que veio a Portugal, num encontro de fraternidade realizado no Espaço por Timor, no dia 2 de Junho de 2008. Para mim, ele é fisicamente um homem pequeno, mas tem uma inteligência invulgar, firme, determinado, frontal e bem-humorado.
É homem como este que nós precisamos, que a FRETILIN precisa e que o Timor precisa.
Assim é a FRETILIN, constituída pelo “rakyat biasa” (homens pequenos), os agricultores, os camponeses e montanheses, mas ela está lá firme como o Alkatiri é.
Ele não sabe chorar para ganhar simpatia, mas sabe lutar para ganhar a confiança. Ele não sabe inclinar aos países vizinhos para que lhe dão esmola, mas sabe lutar para que estes potenciais invistam no país.
Portanto, destruir o Alkatiri = destruir a FRETILIN.
Mas, será que conseguem….?????
O Alkatiri é FRETILIN mas a FRETILIN não o é.
Alkatiri um dia envelhece e passa mas a FRETILIN fica.
Alkatiri é uma pessoa mas FRETILIN é mais do que isso.
Por isso, não vale a pena de tentarem destruir o Alkatiri, porque é FRETILIN e porque é nós jovens filhos dos agricultores e dos pastores da montanha e somos daqueles que eram considerados como “kaileba”. Se pretenderem mesmo a fazer, destroem primeiro os jovens antes que o Alkatiri e a FRETILIN.
Para finalizar, quero só apelar a todos estudantes jovens tanto na Indonésia como fora, se um dia alguém vier a dizer-nos “estudantes de Super-mi, de batatas de Europa, de mau fehuk ou seja o que for” não consideram como uma ofensa mas sim um desafio.
E por último resta-me só dizer mais uma coisa:
“Destruir o Alkatiri é como tirar uma abelha duma colmeia”
Por: Larimata
Coimbra, 08 de Julho de 2008