Eis a pergunta que se coloca actualmente no pensamento de todos aqueles que querem ver Timor-Leste não como um
Estado de AMP mas sim um Estado de Direito. Parece que o nosso PM de facto (Xanana Gusmão) tem uma história de amor com os seus apoiantes e os seus aliados políticos. Depois de afastar inconstitucionalmente a Fretilin do poder, Timor-leste está agora atravessar as três fases inadmissíveis chamadas “desigualdade social, corrupção e nepotismo”, estes são problemas graves que se encontram actualmente na conjuntura socio-económica e política do país. O Xanana perdeu o controlo e o equilíbrio político que não estavam previstos, e conduz o país de forma emocional. O governo não está a governar o país mas sim, está a servir os interesses que enfim, não são do povo. Nós não podemos confundir uma maioria absoluta parlamentar com o poder absoluto, são duas coisas distintas que devemos separar. Um governo deve servir e unir o povo, deve criar condições e estratégicas políticas sobretudo na gestão política integrada que serve como prioridades aos mais pobres e igualdades de oportunidade na participação do desenvolvimento do país.
Visto que Timor-Leste tem um governo para AMP, não é um governo do povo e para povo, é um facto que deve ser impedido, pois, estar no poder não é uma oportunidade mas sim uma responsabilidade que exige de nós uma convicção política clara na implementação de um projecto para o desenvolvimento do país. A nossa imparcialidade, maturidade, transparência e capacidade profissional de executar os planos políticos, são factores que podem garantir a estabilidade de uma nação. Infelizmente, isto não se vê neste governo de facto liderado pelo senhor Xanana Gusmão.
A situação política que se vive em Timor-leste é de facto uma realidade, o governo está totalmente desorganizado, falta de transparência na implementação do orçamento, há mais despesas do que receitas, não tem uma ideai clara para o país, a não ser a perseguição política na administração pública. Isto é um absurdo, parece que este governo de facto está a tornar o país como um centro comercial, em que os funcionários são seleccionados pelo seu patrão, aqueles que o patrão gosta, podem ficar e aqueles que o patrão não gosta, podem ir embora. É uma situação lamentável e, deve-se procurar uma solução de carácter urgente para impedir que esta situação se prolongue, porque pode comprometer a estabilidade do país.
Perante os respectivos acontecimentos acima referidos, pergunto eu; será que o PM de facto ainda tem autoridade política? Eu creio que não. Em Timor-leste, ser um Ministro ou um secretário do estado é um emprego, não é uma profissão política, quando é assim a corrupção e nepotismo vão continuar aumentar, e o princípio político que o Xanana sempre defendeu; “libertar a pátria e defender o direito do povo”, não passa apenas de uma utopia. É um compromisso político muito arriscado, se não satisfazer as exigências feita pelos seus aliados políticos e seus apoiantes, o Xanana cai e nunca mais levanta. Porque vão se demitindo e saindo pouco-a-pouco, deixando-o sozinho. É um risco trabalhar com oportunistas. Devo então dizer que o Xanana na verdade já não tem a autoridade política que ele tanto desejou.
Uma reflexão profunda, assumir os erros e pedir desculpas ao povo são vias mais credíveis que restam ao Xanana para reconquistar o estatuto que tinha. Sim ou não, Xanana fará sempre parte da história de Timor.
Por: António Guterres