Nicolau Lobato (1952-1978) nasceu de pais timorenses da classe dirigente tradicional, na região de Bazartete, a 30 km a sudoeste de Díli. Depois de ter frequentado o seminário (nível universitário) em Dare, a sul de Díli, decidiu não prosseguir estudos teológicos. Foi professor e mais tarde funcionário público no departamento de finanças, em Díli.
Em meados de 1975, partiu em missão diplomática e pouco depois, em Agosto, desempenhou um papel central na derrota da UDT pela FRETILIN, durante a guerra civil. Era então Vice-Presidente da FRETILIN, mas devido à sua liderança durante a guerra tornou-se no seu verdadeiro dirigente, embora o Presidente, Xavier do Amaral, continuasse a ser respeitado.
Nos 3 anos seguintes (1975-1978), Nicolau Lobato foi o chefe militar e, em grande parte, o dirigente político, da Resistência Timorense nas montanhas. A sua posição como comandante foi confirmada no Congresso da Fretilin em Soibada, em Maio de 1976 e, mais tarde, após a prisão de Xavier do Amaral, em Setembro de 1978, tornou-se o Presidente. Finalmente, em 1978, quando as forças timorenses estavam enfraquecidas após a operação de cerco, foi morto pelos indonésios, em 31 de Dezembro de 1978. O Comandante da unidade indonésia que realizou esta proeza, Prabowo, veio a ser genro de Suharto e tornou-se célebre pelos seus "golpes baixos" no comando das Kopassus, antes de ter sido "honrosamente excluído" do exército em Setembro de 1998. Actualmente, reside na Jordânia.
Foi esta convicção que o guiou, mas foi a sua disciplina - e do seu povo - que construiu a organização e a lealdade que o tornaram legendário aos olhos de indonésios e timorenses. Mas, para os Timorenses, tanto para os da Fretilin como para aqueles que foram da UDT ou Apodeti, ele era mais do isso. Tornara-se um herói popular.