Frente Revolucionária de Timor Leste Independente

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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

ACONTECIMENTO

Nicolau Lobato
Primeiro Comandante-em-Chefe das Falintil.
Foi morto em combate, a 31 de Dezembro de 1978

Nicolau Lobato (1952-1978) nasceu de pais timorenses da classe dirigente tradicional, na região de Bazartete, a 30 km a sudoeste de Díli. Depois de ter frequentado o seminário (nível universitário) em Dare, a sul de Díli, decidiu não prosseguir estudos teológicos. Foi professor e mais tarde funcionário público no departamento de finanças, em Díli.

Em Maio de 1974, um mês após a Revolução dos Cravos, que desencadeou o processo de descolonização, formou, juntamente com outros, a ASDT (Associação Social-Democrata Timorense), que se transformou na FRETILIN em 1975.

Em meados de 1975, partiu em missão diplomática e pouco depois, em Agosto, desempenhou um papel central na derrota da UDT pela FRETILIN, durante a guerra civil. Era então Vice-Presidente da FRETILIN, mas devido à sua liderança durante a guerra tornou-se no seu verdadeiro dirigente, embora o Presidente, Xavier do Amaral, continuasse a ser respeitado.

Durante o período de administração da FRETILIN em Timor-Leste (Setembro- Dezembro de 1975), procedeu ao estabelecimento de uma cooperativa rural na sua região natal. Quando a Fretilin instituiu a República Democrática de Timor-Leste (RDTL), em 28 de Novembro de 1975, tornou-se Primeiro-Ministro, sendo Xavier do Amaral o Presidente. A esposa, Isabel, foi morta a tiro em Díli no primeiro dia (7 de Dezembro de 1975) da invasão indonésia.

Nos 3 anos seguintes (1975-1978), Nicolau Lobato foi o chefe militar e, em grande parte, o dirigente político, da Resistência Timorense nas montanhas. A sua posição como comandante foi confirmada no Congresso da Fretilin em Soibada, em Maio de 1976 e, mais tarde, após a prisão de Xavier do Amaral, em Setembro de 1978, tornou-se o Presidente. Finalmente, em 1978, quando as forças timorenses estavam enfraquecidas após a operação de cerco, foi morto pelos indonésios, em 31 de Dezembro de 1978. O Comandante da unidade indonésia que realizou esta proeza, Prabowo, veio a ser genro de Suharto e tornou-se célebre pelos seus "golpes baixos" no comando das Kopassus, antes de ter sido "honrosamente excluído" do exército em Setembro de 1998. Actualmente, reside na Jordânia.

Alto, resoluto e seguro, Nicolau Lobato era um homem com fortes qualidades de chefia - determinação, auto-disciplina e experiência militar - que o tornaram famoso, primeiro na guerra civil e mais tarde como chefe aparentemente indestrutível da Resistência, que manteve afastadas durante três anos as poderosas forças indonésias. Inspirado no modelo nacionalista anti-colonial de Angola e Moçambique, e imbuído do ideal de autonomia económica e política, considerava que os Timorenses deviam confiar em si próprios, alimentar-se a si próprios e governarem-se a si próprios, sem esperarem a ajuda que não via chegar do outro lado do mar.

Foi esta convicção que o guiou, mas foi a sua disciplina - e do seu povo - que construiu a organização e a lealdade que o tornaram legendário aos olhos de indonésios e timorenses. Mas, para os Timorenses, tanto para os da Fretilin como para aqueles que foram da UDT ou Apodeti, ele era mais do isso. Tornara-se um herói popular.