Por: António Guterres
O governo AMP, liderado pelo Senhor José Alexandre Gusmão, está sob crescente pressão. A crise que se iniciou em 2006 parece que veio para ficar. Todos os dias aumenta o número de escândalos na estrutura política deste governo. O governo perdeu o seu equilíbrio político fazendo uma política de espectáculo, em consequência disso, assiste-se a uma governação sem governo.
Os sinais de desequilíbrio são evidentes na estrutura política deste governo. O país está perante a uma crise permanente, uma crise política que gira em torno da sua liderança. Uma liderança que não consegue mostrar o caminho e não consegue inspirar uma visão conjunta.
Nos dias de hoje, um líder tem de conseguir promover o consenso entre os princípios e os ideais comuns. Os actos de um líder são muito mais importantes do que aquilo que diz. Um líder exemplar é o primeiro a cumprir. Infelizmente isto não se vê na actual liderança do país.
O governo continua ignorar a lei, quando é assim, seria muito mais difícil pôr a justiça a funcionar, o que é muito grave para um país como Timor-leste que continua a procura de consolidação da sua democracia.
Cumprir ou não cumprir a lei? Eis a questão que se coloca à sociedade timorense. As leis foram feitas para serem cumpridas quer satisfaçam uns ou outros, o que de facto importa é o motivo e a importância da lei para proteger direitos e assegurar defesa para aqueles que devem se valer desta para se sentir protegido pela sociedade.
A verdade está dita: o governo falhou, não conseguiu alcançar os principais objectivos que se tinha proposto. Enquanto os ministros falam uma coisa a realidade diz outra coisa. É uma verdadeira corrida contra o tempo, pois, o que está em jogo é salvar a pele e fugir das responsabilidades.
Há uma confusão total no sistema político deste governo. O país está diante de um governo que:
· Continua investir nas despesas e ignorar a produção das receitas
· Aposta na pobreza e desigualdades sociais
· Ignora a lei
· Não consegue executar e implementar os seus programas
· Não consegue atrair o investimento estrangeiro
· Aposta na pobreza e desigualdades sociais
· Ignora a lei
· Não consegue executar e implementar os seus programas
· Não consegue atrair o investimento estrangeiro
Por tanto, estamos perante a uma governação sem governo. Um governo que não aplica, não aproveita mas desperdiça não é governo. Ao fim de quase três anos, chegou finalmente a hora da verdade: “a hora de o governo ser confrontado com as suas responsabilidades”.
Aproveitando o recurso proveniente do fundo petrolífero como uma oportunidade e fazer o país andar para trás. Precisamos de virar esta página e abrir o novo ciclo. Eu creio que a Fretilin está sujeita a voltar ao poder e pronta para assumir a liderança do país.