Frente Revolucionária de Timor Leste Independente

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sexta-feira, 5 de junho de 2009

APOSTAR NO APOIO SOCIAL PARA REFORÇAR O PODER É UMA POSTURA ANTIDEMOCRACIA


Por: António Guterres


Na verdade a minha posição em relação a Timor, ao seu futuro, é sempre de optimismo e de confiança. Acredito no futuro de Timor e penso que o país tem todas as condições necessárias ao desenvolvimento e crescimento económico, porém existem os reais desafios que se colocam ao país, e neste contexto o papel da liderança é inquestionável.

Há uma pergunta que me parece incontornável, o que fazer para que Timor-leste seja um espaço de estabilidade, segurança e desenvolvimento?

Antes de mais, parece-me que é preciso ser capaz de criar as condições necessárias à institucionalização do Estado. Este é seguramente o maior desafio, o da construção do Estado em sociedade pós guerra. Mas, parece-me que os conflitos não são uma causa, mas sim o resultado da fragilidade política e institucional do Estado, um Estado que não é capaz de articular e integrar os interesses do povo e de respeitar os valores da democracia.

É necessário endireitar e consolidar a nossa democracia. O governo não pode pensar que ao distribuir dinheiro à população é a forma mais acertada para construir um país, bem pelo contrário, será muito dificil o governo promover o consenso sobre as grandes questões nacionais como por exemplo colocar o país em desenvolvimeto. É dificil pôr o país em desenvolvimento se o próprio governo não tem capacidade para o fazer, limitar-se apenas de promover promessas incertas que se tornam cada vez mais uma realidade em Timor-leste.

Os recursos naturais do país não parecem ser do Estado. Não estão a ser utilizados ao serviço do bem-estar do povo e às necessidades da população. Há uma confusão total na estrutura política deste governo. A conquista do poder pereceu ser muito facil, porém, continuo a dizer que não concordo com a forma como o governo de Xanana Gusmão chegou ao poder. Em consequência disso, assiste-se a um governo que continua a não saber por onde deve começar e para onde quer chegar.

Ser um ministro ou um secretário de estado em Timor-leste não é uma profissão política mas sim um emprego, quando é assim, o país dificilmente se libertará de corrupção e nepotismo. Estamos perante a um autêntico governo de reality show, um governo com personalidade autocrática. Apostando no apoio social continua ser a prioridade deste governo. Reparem bem, até ao momento o governo parece ter mais medo de perder o poder do que cumprir o seu dever político. Com isto quero realçar aqui de que o princípio de boa governação está longe de ser implementada em Timor-leste.

Quando se tem apenas 11 jogadores titulares na equipa será muito dificil fazer um bom jogo e também dificilmente ganhará todos os jogos. Hoje a equipa pode ganhar porque o jogo foi beneficiado pelo árbito. Porém sabendo que a vitória foi muito contestada pelos adeptos, mas uma coisa é certa, os jogadores dessa equipa estão todos lesionados, mas parece que o treinador da equipa não quer lá saber, e continua a colocá-los em campo. A minha questão é esta:

· Substituir os jogadores lesionados é um problema para o treinador?
· Quem tem medo de perder o jogo, jogadores ou treinador?
· O treinador tem mais medo de perder o jogo ou o lugar?

Bom, são questões que nos obrigam a pensar. Tenho afirmado que um país como Timor-leste, a boa governação constitui um recurso estratégico e digo com toda a sincieridade que a política adoptada por este governo é uma estratégica errada. Não contribui em nada para o desenvolvimento do país.

Penso que já é tempo de o povo quebrar o seu silêncio e decidir quem deve governar o país. Queremos ser um país de diálogo e entendimento, um país amante e promotor da paz. Para isso, o país exige uma outra postura de liderança timorense, e com isso estou a referir-me àquilo que parece dever ser o compromisso fundamental dessa liderança: a construção do bem-estar do povo e mostrando o caminho de desenvolvimento para Timor-leste.