Frente Revolucionária de Timor Leste Independente

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terça-feira, 19 de maio de 2009

O MOMENTO DA VERDADE



Por: António Guterres


Os próximos anos poderão ser de grandes decisões políticas no país. Estou convicto de que no futuro próximo, haverá mudança em Timor-leste. É tudo uma questão de tempo.

Há pouca semana escrevi um artigo em que dizia “o povo dificilmente assistirá a um discurso honesto e a uma informação exacta na conferência de imprensa de Xanana Gusmão e Emília Pires”. E, a verdade é que aconteceu mesmo. O país já estava a espera desta resposta.

Xanana Gusmão deu a sua conferência de imprensa onde desmentiu, de forma clara e emocionada, aquilo que o Eng.º Mário Carrascalão apontou como uma certeza.

“Não aceito que digam que os meus ministros são corruptos”, protestou Xanana. Ou seja, o PM de facto nomeou Carrascalão como Vice Primeiro-Ministro com o intuito de que este investigasse a existência de corrupção e nepotismo. O engenheiro aceitou a tarefa e cumpriu-a. Há cerca de duas semanas revelou as suas conclusões. Xanana parece ter ignorado de forma intencional, o trabalho feito pelo Senhor Carrascalão. Por isso, na conferência que deu, preferiu dizer que o seu governo não é corrupto e atirar responsabilidades para cima do governo anterior, liderado pela Fretilin.

A Fretilin não pode e nunca poderá ser inimigo do povo. Aqueles que estão no poder devem saber disso.

Quero reafirmar aqui de que a Fretilin governou o país com recursos muito limitados, mesmo assim não deixou dívidas para o país. O partido tinha as condições necessárias para conduzir o país, mas infelizmente foi afastada do poder. O povo sabe muito bem como tudo começou.

Temos de ter consciência que ninguém nasceu para exercer eternamente o poder. Nem pessoas, nem partidos políticos. Todo esse controlo absoluto terminará.

É altura de o PM de facto (Xanana Gusmão) tomar uma atitude certa. Acredito que o governo quer fazer Timor-leste um grande país. Mas, para que Timor-leste se torna num grande país, em primeiro lugar temos que construir um grande povo. O governo tem de investir na igualdade, na transparência e acabar com o tema da actualidade na estrutura política deste governo, que é “a corrupção”.

A Fretilin tem feito um trabalho notável, revelando uma enorme maturidade política. Executando o seu papel como um verdadeiro partido da oposição, contribuindo de forma clara para o reforço de consolidação da nossa democracia, por isso, culpar a Fretilin significa que o governo está a fugir da sua responsabilidade.

Numa altura em que o povo luta pela sua sobrevivência, os ricos em Timor-leste aparecem como cogumelos. O mau desempenho deste governo, fomenta as desigualdades em todos os sectores, a população dificilmente conquistará as ferramentas e os conhecimentos para puder adquirir o essencial que lhe permita viver bem. Á isto chamamos os desequilíbrios sociais e económicos.

Neste 7º aniversário de restauração da independência, o desafio que se coloca ao país é cada vez maior. Se as situações política, económica e social continuarem inalteráveis, posso garantir que no futuro próximo será o momento da verdade.