Frente Revolucionária de Timor Leste Independente

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segunda-feira, 4 de maio de 2009

7 ANOS DE VIDA DO PAÍS


Por: António Guterres

Na véspera do 7º aniversário da restauração da independência, o país continua longe das expectativas. Não sei ainda como vão ser comemorados os 7 anos da restauração da independência de Timor-leste. Espero que este 7º aniversário dê lugar a amplo movimento de reflexão crítica e prospectiva.

O futuro exige de nós uma análise crítica do presente, sem esquecer o passado, e a afirmação de uma nova meta acertada para a política timorense.

O nosso passado é constituido por uma geração de coragem. Uma geração que sempre teve e continua a ter ambições de luta para construir um Timor-leste democrático viável. Foi uma geração de sucesso, como é hoje reconhecido nacionalmente.

Os problemas de hoje são muito diferentes dos que enfrentámos há 24 anos. Estávamos noutro patamar de luta. Hoje, o país vive de uma nova crise profunda no plano político, económico e moral, que se traduz numa enorme desorientação de alguns políticos quanto ao caminho a seguir.

O país está a ser governado por uma geração que na sua maioria apoiou a integração de Timor-leste à Indonesia. É um projecto político particularmente arriscado e poderá colocar em causa a própria coligação no poder. Falo disso porque o modelo de desenvolvimento adoptado por este governo é incompatível com a realidade. O povo continua a assistir à actuação de um governo confuso com a sua ideologia.

Reparem bem: até ao momento existem duas actuações dos governantes que poderão vir a chocar-se, visto que a primeira tem um objectivo essencialmente económico, ou seja estar no poder parece ser uma oportunidade para enriquecer. Melhorar o rendimento e assumir-se como meio alternativo de acumulação de riqueza. E a segunda é predominantemente política, de conquista do poder.

O povo timorense sente na pele o aumento das desigualdades sociais, de corrupção e nepotismo e a desgraça do desemprego. Isto cria um clima de revolta e de profundo descontentamento.
O Sr. José Alexandre Gusmão (PM) parece ter percebido a situação. Por conseguinte, nomeou o Engº Mário Carrascalão como segundo vice primeiro-ministro no sentido de este denunciar os casos de corrupção e nepotismo.

Quando os restantes membros do governo de facto espalham dúvidas, especulações e propagandas falsas de que a corrupção e o nepotismo não existem, e pedem provas, aí estão as provas anunciadas pelo Engº Carrascalão. Decidiu revelar ao povo as duas grandes realidades da estrutura política do governo de Gusmão.

Estas foram assumidas pelo próprio Mário Carrascalão (segundo vice primeiro-ministro), ao afirmar que “todos os ministérios têm corrupção e nepotismo”. E disse ainda que “quase todos os ministérios estão no vermelho, ou estão afectados pelo nepotismo (KKN) ”.

A corrupção e o nepotismo são dois casos muito conhecidos na actualidade em Timor-leste. Aumentam progressivamente e conseguem assustar-nos e chocar-nos. Vejam só os recentes acontecimentos, com os relatos que a imprensa timorense vem trazendo, anunciando as práticas de corrupção e nepotismo cometidas pelos Ministérios de Justiça e de Comércio, Indústria e Turismo. É triste mas são realidades do dia-a-dia em Timor-Leste.

Percebe-se que o Sr. Carrascalão está a cumprir a sua parte, levando muito a sério o cargo que lhe foi conferido. Tem actuação exemplar, digna e eficiente na prestação de serviço de combate à corrupção e desvio de dinheiro público. Por cá, continuo a acreditar num bom trabalho do Senhor Carrascalão. Contudo, resta-nos a esperar para ver se o Senhor Gusmão também cumpre a sua parte e assume responsabilidades. Caso contrário, o país irá enfrentar uma redução de capacidade do investimento público e privado. As finanças públicas e os planos de desenvolvimento serão afectados. A cobertura dos serviços sociais enfraquecerá, expandindo-se assim a pobreza.

Não podemos admitir que isto continue. O nosso país é viável e tem todas as condições necessárias ao desenvolvimento e crescimento económico. A situação tem-se agravado desde que AMP assumiu o poder.

É preciso mudar o caminho e definir um novo rumo para Timo-leste. Neste contexto, eu suponho que a Fretilin está bem colocada para responder este desafio. Acredito que o partido estará pronto para assumir a liderança e definir um modelo de desenvolvimento económico e social equilibrado, reduzindo as desigualdades e garantindo a unidade e coesão dos timorenses.