Frente Revolucionária de Timor Leste Independente

DIRECÇÃO FAFC

Coordenador – Geral

Eng. Samuel Freitas

Vice CoordenadorGeral

Alexnadre Pinto

Contactos:

Samuel Freitas (00351-913892252)

e-mail : faf-coimbra@hotmail.com

Residência Universitária de Santiago, bl. 4, 3810-193, Aveiro, Portugal.


sábado, 18 de abril de 2009

ALKATIRI ACUSA XANANA DE FAZER CONCESSÕES PARA SE MANTER NO PODER


NV – Lusa
Lisboa, 16 Abr (Lusa) - O antigo primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri acusou o actual chefe do Governo de Timor-Leste, Xanana Gusmão, de fazer concessões para se manter no poder e incitou-o a "libertar-se disso" e demitir-se.

Em entrevista à Agência Lusa em Lisboa, Alkatiri disse que a FRETILIN, partido que lidera na oposição timorense, nunca teve dúvidas de que a aliança da maioria parlamentar que governa o país não passa de "uma manta de retalhos (...), uma aliança de chantagistas"."Xanana, neste momento, está a ser pressionado e é realmente chantageado, para poder ceder aqui, aqui e aqui. Basta vermos.

Os deputados queriam um carro para cada um e disseram que se não recebessem esse carro votariam contra o orçamento; tiveram o carro", afirmou à Lusa.Mari Alkatiri adiantou que "depois disso, (os deputados) pediram aumento de salários"."Um aumento escandaloso, que foi aprovado no Orçamento de 2009. Um aumento de 500 por cento ou mais.

Em parte nenhuma do mundo se pratica um aumento de 500 por cento", insurgiu-se, adiantando que tal "significa que os deputados tomaram consciência de que se votassem contra o orçamento então haveria crise institucional e o Presidente dissolveria o parlamento e convocaria eleições legislativas antecipadas".

"Eu, se fosse primeiro-ministro, teria dito aos deputados votem contra o orçamento, mas eu não vou ceder nisso. Não vou ceder porque não vou mesmo. Até porque eu passei por essa experiência, mesmo sendo só partido único maioritário. Disse que se querem votar contra, votem, mas o país ainda tem outras prioridades", declarou.

Alkatiri referiu que na aliança "há aqueles que querem tudo e aqueles que querem tudo mais o poder e então tem que se ir fazendo concessões para se manter no poder"."É uma pena para mim quando se fala de uma figura como Xanana Gusmão. Porque Xanana ainda é necessário para o país por mais 10 ou 15 anos. A enterrar-se nisso, nessas alianças auto destruidoras (...).

Xanana tem de tomar consciência rapidamente. Deve-se libertar disso", defendeu, apontando como saída a demissão."E a única forma de se libertar disso, ou ele se demite ou o Presidente da República dissolve o parlamento para convocar eleições antecipadas", opinou o líder do maior partido da oposição timorense, que há mais de um ano reclama uma decisão de José Ramos-Horta porque "o parlamento não funciona".

Alkatiri lamentou que, na semana em curso, embora segunda e terça-feira fossem dias de sessão no parlamento, não se realizou nenhum dos plenários, atrasando o debate de leis importantes para o país."O que é que nós estamos a fazer? Quando se fala em crise institucional não é só quando o orçamento não é aprovado, não é só quando o programa do Governo não é aprovado.

Eu acho que o Presidente da República deve assumir essa responsabilidade", adiantou, defendendo que a realização de legislativas antecipadas tem só um problema de "timing", pois o país não pode realizar três eleições diferentes este ano - municipais, comunitárias e legislativas - pelo que alguma terá de ser adiada.

Questionado sobre contactos entre a FRETILIN e o Governo para uma possível integração no executivo de elementos da oposição, Mari Alkatiri desmentiu qualquer iniciativa nesse sentido.

"O que nós propusemos já desde Dezembro de 2007, é criar mecanismos de inclusão extra Governo. (...) Na fase de construção do Estado (em que estamos) quem governa tem de ter a capacidade de incluir o máximo e criar consensos na área da Administração Pública, na área da Defesa e Segurança, na área da boa governação, na área da justiça. São os alicerces fundamentais do Estado", esclareceu.