Por: António Guterres
Não há dúvida de que os problemas ocorridos neste Ministério, dirigido pelo Sr. Gil Alves são muitos (corrupção, nepotismo…). Vem agora a história de pilhagem de arroz feita pelos próprios funcionários do MTCI. É um acto indigno e imperdoável.
Lamento que o Senhro Gil Alves não sabe aproveitar a sorte. Com toda a sinceridade, digo que o Senhor não está dignificar o seu passado. No passado, o Senhor esteve no lado errado, é uma realidade.
Quem é o Senhor Gil Alves?
É o Ministro de Facto do Comércio, Indústria e Turismo de Timor-leste. Era lider da pró-autonomia, apoiava a integração de Timor-leste à Indonesia. Hoje, está no governo porque foi a aposta pessoal do então Primeiro-Ministro de Facto (Xanana Gusmão).
Bom, as vezes, as circunstâncias do dia-a-dia obrigam-nos a falar do passado, o clima político que se vive no país, eu pessoalmente considero o termo “passado” é a linguagem ideal para o combate político.
Quando me refiro ao passado, não coloco em causa a qualidade e a capacidade do Sr. Gil Alves, limito-me apenas de avaliar o trabalho que o Senhor está a executar.
Recentemente, tem-se falado ou seja discutido no Parlamento Nacional de Timor-leste sobre a “investigação do saqueamento de arroz”. E mais, segundo a informação dada pela media, os funcionários do MTCI saquearam 4.000 sacos de arroz no armazém. É de facto uma situação lamentável e triste. A tal situação, demonstra a falta de eficiência na execução do trabalho pelo Sr. Ministro, por isso, o senhor é o principal responsável. Nos últimos dois anos, tem-se verificado o aumento dos níveis de corrupção e nepotismo neste Ministério, e agora, vê-se o saqueamento de arroz pelo mesmo Ministério. Se a situação permanecer inalterável, eu diria que o Xanana falhou na sua aposta.
Diante deste cenário, qual é a preocupação do Sr. Ministro de facto
Nada. Parece que o Sr. Gil Alves recusou de prestar explicações no Parlamento Nacional, acusando os deputados de tentarem incriminar o seu Ministério.
Ora bem, a sua indisponibilidade de não querer prestar explicações no Parlamento Nacional comprova mais uma vez a sua total incapacidade de conduzir este Ministério. Prova de que o Sr. Ministro não tem argumentos para discutir com os Deputados no Parlamento, agindo de má fé e não merece mais a confiança do povo.
Numa altura em que 80% da população timorense vive com menos de 1$ por dia, destes metade são crianças, a prostituição infantil ganha cada vez mais espaço. As pessoas não têm acesso aos recursos essenciais à vida em consequência disso, assite-se o fenómeno chamado “fome”. A fome não existe em primeiro lugar pela produção insuficiente de alimentos, mas sim pela falta de possibilidades nas famílias pobres para comprar alimentos ou produzí-los. A fome é, por tanto, o resultado da distribuição injusta de recursos estratégicos (Fundo de Segurança Alimentar).
As medidas estratégicas do governo de facto para combater este fenómeno
Nada! A preocupação deste governo de facto já não é novidade. Produzir despesas. Esssa é a única preocupação deste governo. A produção de despesas já é uma cultura do governo AMP, essas despesas são aplicadas para fortalecer o poder não para resolver os problemas do país. Investiu muito no Fundo de Segurança Alimentar com o dinheiro proveniente do Fundo da Estabilização Económica. O objectivo era criar um recurso estratégico e sustentável. A iniciativa foi admissível, pois, face a crise mundial que se tem assistido, era necessário que o governo tomasse algumas medidas para responder uma possível necessidade. Mas parece que não foi isso que sucedeu. Perante um Ministro sem ideias e sem planos, os funcionários do governo decidiram actuar com os seus próprios planos “ASSALTAR O ARMAZÉM DE ARROZ”.
Só quero reafirmar aqui que, se as situações política, económica e social do país continuam inalteráveis, o projecto chamado “AMP” será um projecto falhado.
Sugestões
O que é o Fundo de Segurança Alimentar?
O Fundo de Segurança Alimentar é um recurso estratégico e alternativo para a emancipação social e económica de populações carentes. Ele funciona como uma poupança comunitária. É o recurso poupado, não-reembolsável, é aplicado em situações que visam a promoção de inclusão social na comunidade.
O Fundo de Segurança Alimentar é um recurso estratégico e alternativo para a emancipação social e económica de populações carentes. Ele funciona como uma poupança comunitária. É o recurso poupado, não-reembolsável, é aplicado em situações que visam a promoção de inclusão social na comunidade.
Este Fundo deve ser visto como uma estratégia nacional para a redução da desigualdade social e a erradicação da fome e da pobreza, especialmente para aqueles que, hoje, encontram-se em situações de maior vulnerabilidade.
Mas parece que o governo de facto ignorou o conceito acima referido e decidiu avançar com o seu plano sentimental. Resolveu negociar com o seu próprio povo pelo custo que poderá sujeitar ao aumento das despesas públicas, colocando em risco o Orçamento Geral do Estado que, na verdade deveria ser utilizado para investir na criação de empregos e melhoria da qualidade de vida das populações timorenses.