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Peniche, Leiria, 09 ABR (Lusa) - O bispo D. Ximenes Belo, Nobel da Paz 2006 e defensor da independência de Timor-Leste, disse hoje em Peniche que espera que a democracia na Indonésia "se solidifique" após mais umas eleições legislativas no país."
A democracia está a crescer e rezamos para que a democracia se solidifique e que os líderes políticos trabalhem para o desenvolvimento da paz, para bem de todo o arquipélago" da Indonésia, afirmou à Agência Lusa o bispo emérito de Dili.
Questionado sobre a existência de candidatos às legislativas de hoje na Indonésia condenados por crimes contra a humanidade, nomeadamente os generais Wiranto e Prabowo, D. Ximenes Belo retorquiu que tudo "depende do que o povo indonésio quiser escolher".
O bispo emérito de Díli, que falava à margem de uma cerimónia na Câmara Municipal de Peniche, em que recebeu a Chave de Ouro da Cidade, apelou à comunidade internacional para cooperar com Timor-Leste no sentido de "erradicar a pobreza" e contribuir para o desenvolvimento da jovem nação."
É preciso erradicar a pobreza porque Timor é um dos países mais pobres da Ásia", disse D. Ximenes Belo, considerando que é necessário apostar na educação da população, no desenvolvimento de uma agricultura mais produtiva e no combate a doenças como a malária, que afecta a população.
O Prémio Nobel da Paz considerou ainda que a comunidade internacional deve "continuar a apoiar Timor para que as instituições democráticas se consolidem e o desenvolvimento se concretize".
D. Ximenes Belo fica até domingo em Peniche, para participar nas celebrações da Semana Santa, 11 anos depois de a cidade ter acolhido um encontro de líderes políticos timorenses, do qual saiu a decisão de trabalhar para a conquista da independência de Timor-Leste e a realização de um referendo nacional sobre esta matéria.